IZA, a nova rainha do pop brasileiro

Não é de hoje que a música pop conquista vários corações. Com suas letras chicletes e com um ritmo que não nos deixa ficar parados, esse gênero musical é um dos favoritos nas playlists de muita gente e vem conquistando cada vez mais espaço na cena musical brasileira. Nomes grandes da música no Brasil como Anitta, Ludmilla e Luan Santana, que começaram sendo intitulados como funk e sertanejo, hoje são considerados artistas pop por abranger elementos não mais apenas do seu gênero musical original, mas de diversos outros, construindo músicas de sucesso.

E como falar de pop brasileiro sem citar o nome de uma cantora que chegou com tudo e vem sendo apontada como uma das artistas de maior talento desse segmento? IZA, que mistura elementos do R&B, soul, e da música africana – mas claro, sem nunca perder sua brasilidade –  já é um fenômeno. Com o reconhecimento crescendo cada vez mais, principalmente devido aos hits “Pesadão” e “Ginga”, a cantora já conquistou seu espaço e veio para ficar.

Isabela Lima é carioca, publicitária e tinha o sonho de se tornar uma grande cantora. Pelo visto, conseguiu muito mais que isso. A artista teve sua música no topo das paradas e ainda gravou com grandes nomes da música brasileira como Carlinhos Brown, Ivete Sangalo, Marcelo Falcão e Rincon Sapiência.

Agora, com o lançamento de seu primeiro álbum, “Dona de Mim”, podemos ter ainda mais certeza do talento de IZA e de como ela consegue trazer suas diferentes facetas e sentimentos em suas músicas. Sem medo de ser julgada, seu álbum apresenta uma versatilidade enorme com músicas dançantes, baladas, e até o tema sexual.

“Acredito que com esse álbum as pessoas vão poder me conhecer melhor.”

Falando sobre as letras de suas músicas, IZA sempre busca dar ênfase no poder feminino e no empoderamento negro. Em um entrevista exclusiva para a Contrast Brasil, a cantora falou mais um pouco sobre o assunto.

Você acha que a música consegue influenciar tanto mulheres que não se sentem empoderadas quanto opressores? Consegue sim. Eu lembro a menina que eu fui e sei como é importante me ver nos lugares, me sentir representada, ter uma mulher forte me dizendo todos os dias que eu posso e que “quem sabe sou eu”. Então, sempre que eu puder, quero passar essa mensagem através da minha música, do meu trabalho. E fico muito feliz em ver o retorno das mulheres.

Tanto as mulheres quanto os negros sofreram e ainda sofrem com muito machismo e racismo. Como você lida com os haters e com os comentários negativos relacionados à sua pessoa? Eu apenas sigo. O racismo impede que negros e, principalmente as mulheres negras, tenham espaço em vários lugares, não só na música. Acho que se tem conquistado muito em prol da mulher negra, mas falta muito ainda a se conquistar.

Eu procuro prestar atenção no que o meu trabalho traz de bom para as pessoas. Procuro ouvir e ler mulheres que me têm como representante. Que entendem, através do meu trabalho, que elas podem, que elas devem acreditar no potencial delas e que merecem o lugar de protagonismo sempre.

Seu álbum de estreia acaba de ser lançado. Como foi o processo de gravação e finalização? Qual a coisa mais difícil que você precisou enfrentar dentro desse processo de construção desse primeiro álbum?  Estou feliz demais com o resultado desse disco, é uma sensação de recompensa ver seu trabalho ali, pronto, na sua frente.

Acredito que com esse álbum as pessoas vão poder me conhecer melhor. Existem várias vozes, várias emoções e vários ritmos diferentes nesse disco, que conversam entre si e me classificam muito bem.

“Pesadão” estourou pelo Brasil entrando nas paradas musicais, em várias playlist de renome e tocando em diversas rádios. Você, que já tinha lançado outras músicas anteriormente, esperava alcançar uma marca tão grande com esse single?  E como foi a escolha do Marcelo Falcão para participar da música? Você já tinha um certo contato com ele? Eu não esperava essa repercussão toda e fiquei muito feliz com o resultado. A gente fez “Pesadão” já pensando nele [Marcelo Falcão], e quando ele topou foi uma alegria enorme porque eu sabia que a música ganharia um outro sentido com a participação dele.

Você revelou que a música “Ginga” é uma música sobre força. Como foi para você ter cantado essa música no Lollapalooza, junto com o Rincon Sapiencia, e poder passar essa mensagem que a música traz para milhares de pessoas que estavam no festival? Foi uma alegria imensa. Eu sou muito fã do Rincon, foi um prazer enorme ter ele participando dessa música e poder cantar ao lado dele em um festival tão grande, tão importante.

O clipe da música é incrível e mostra toda essa força, o que nos fez lembrar de outro clipe de grande importância que é ” Who Run The World (Girls)” da Beyoncé. De onde surgiu a ideia do clipe? Como eu queria homenagear muito o Brasil, o clipe mostra muito isso. A gente explora muito a natureza, a força, a fé, a dança, a capoeira. A ideia foi representar os quatro elementos: água, fogo, terra e ar, pra mostrar bem a força do interior da gente, da natureza. Foi tudo gravado no Rio.

Sabemos que você tem influências de grandes divas da música como Beyoncé, Rihanna, Amy Winehouse, Nina Simone, entre outras. Mas quem mais te inspirou no processo de produção do álbum? Muita gente. Todas elas, sem dúvida. As mulheres da minha família, minha mãe, minhas tias. Minha mãe me ensinou que eu posso ser quem eu quiser, que eu posso estar onde eu quiser, e esse álbum foi feito para mostrar que eu realmente sou dona de mim. Por isso escolhemos esse nome.

Em 2017, você subiu no palco do Rock in Rio para cantar com o CeeLo Green e fizeram um dueto com o clássico “Earth Song”, do Michael Jackson. Como foi a sensação de ser uma artista nova e já ter cantado com um cantor conhecido mundialmente em um dos principais festivais do mundo? Foi muito especial. Eu fui convidada pra cantar com ele através do Zé Ricardo, que é o diretor do palco Sunset. Ele me apresentou para o CeeLo Green e foi um show muito incrível. Eu sou muito fã e fiquei honrada com o convite e com a possibilidade de estar ao lado de um artista tão sensacional.

Você está construindo uma carreira linda e sabemos que tem muita coisa pela frente ainda, mas qual a coisa mais extraordinária que ela já pode te proporcionar até agora? Eu já sou extremamente feliz em poder viver da música. Isso é a coisa mais extraordinária.

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